
ENTREVISTA COM APOLONIO COMPOSITOR E INTERPRETE DO GRUPO TRIPA CAGUEIRA DE SESIMBRA. É UM DOS RESPONSAVEIS POR ESSA ADMIRAVEL ASSOCIAÇÂO QUE TEM ATINGIDO CADA VEZ MAIS POPULARIDADE E CADA VEZ MAIS QUALIDADE .TEM EM MUITO CONTRIBUIDO PARA A VALORIZAÇÃO DO CARNAVAL EM SESIMBRA E REALIZANDO EM CADA VERÃO ESSA NOITE SEMPRE AGUARDADA QUE É A NOITE MAGISTRAL -TRIPA TRIO.
Obrigado pela tua disponibilidade para esta pequena conversa.
-Nome e idade?
Apolonio Alves, 28 anos
-Como começou o entusiasmo por Carnaval?
Logo desde muito cedo, pois os meus pais já desfilavam pelo Bota no Rego, escola onde eu comecei no mundo do samba também.
- Como e quando nasceu a ideia de formação da Tripa Cagueira?
A tripa nasceu numa brincadeira de amigos a 22 de Novembro de 1996, alguns de nós desfilavam em escolas de samba, nomeadamente no Bota no Rego e no Trepa no Coqueiro, ai juntou-se alguns amigos que nunca tinham desfilado porque não lhes atraia o “mundo escola de samba”. E na altura sentimos que era preciso dar algo novo ao nosso carnaval, mais irreverência, e alguma polémica a mistura (risos) e claro com um novo ritmo o Afró-Axê.
-Com quantos elementos começou a formação da Tripa Cagueira?
Com cerca de 30 elementos, no carnaval seguinte tivemos uma grande adesão de novos membros, ao qual desfilamos com perto de 75 elementos, tudo isto só com bateria, ao longo dos anos o número de elementos foi aumentando, sendo o nosso recorde de 150 em 2000 e 175 em 2002. Actualmente andamos perto dos 90.
-Que recordações tem desse primeiro ano?
São muitas e boas, mas acho que aquela que nos marca mais foi o facto de aparecermos na Avenida no inicio do desfile junto ao Estádio do Sesimbra, vindo pela Serra a cantar, foi uma surpresa, pois ninguém estava a espera, lembro que nesse ano saímos sem qualquer apoio financeiro por parte da Autarquia. Pois até mesmo a C.M.S. não sabia da nossa presença no desfile.

-Quais as maiores dificuldades que a Associação tem sentido ao longo dos anos?
As típicas dificuldades que este tipos de Associações (escola e grupos) enfrentam, a falta de um lugar para se chamar de sede com as condições mínimas para se trabalhar, a falta de um espaço para ensaiar, os nossos ensaios sempre foram feitos ao ar livre, e em dia de chuva é um ensaio perdido, e claro a falta de algum apoio financeiro.
- Quais os melhores momentos da Associação?
Todos aqueles que correm como esperado, mas destaco o nosso 1º desfile, a presença na Expo 98 com um desfile, o carnaval de 2000 com o tema “ O Estado da Nação” que começava com toda a gente (bateria e publico) a cantar o Hino Nacional, nesse mesmo ano estivemos presentes no Parque das Nações no Carnaval da Kia motors, juntamente com o Bota no Rego a representar Sesimbra, a 1º aparição do grupo de Palco, os trios-electricos, são esses momentos que nos fazem continuar apesar das dificuldades.
-Teve alguns momentos menos agradáveis?
Claro, todos já tivera ou tem esses momentos, mas esses prefiro não recordar.
-Quem faz os temas (enredos) para o Carnaval?
Muita gente (risos), as vezes surge de uma conversa de café, alguém que teve uma ideia porreira e que depois é desenvolvida por outras pessoas com mais tempo ou capacidade de execução, durante uma altura os temas eram da origem de um génio que já nos deixou, o nosso saudoso amigo Mário João.
-Quem faz as composições musicais para os temas de cada Carnaval?
A nível musical passa tudo ou quase tudo por mim, pelo meu irmão Paulo Alves e pelo meu primo Bruno Sebastião, pois eles dois estudaram música no conservatório e tem outra perspectiva musical, fazendo os arranjos para o naipe dos sopros, já a nível de percussão sou eu e o meu irmão, mas há sempre uma ideia de algum elemento que é valida e juntamos ao que já esta feito, por vezes até surgem toques que não foram pensados mas que ficam bem na música.
- Que objectivos e desejos futuros para a Tripa Cagueira?
O maior objectivo é d
ependermos de nós próprios
- Achas que deveria haver um desfile só com os grupos e outro com as escolas ou como está a ser feito actualmente?
É difícil porque o nosso carnaval é no inverno e as condições são poucas, e depois também o carnaval de Sesimbra já tem animação nos 4 dias, lembro que no sábado temos um outro projecto da nossa associação a Tripa Mijona fundada em 2003, e que foi a 1º bateria composta só por mulheres, e na segunda-feira temos o desfile dos Palhaços, logo só sobra o Domingo e a Terça para as Escolas de Samba e para os Grupos.
- Como tens visto a evolução do Carnaval em Sesimbra?
A nível de escolas e grupos tem se notado uma grande evolução a nível de enredos, da beleza das fantasias e da qualidade das baterias, agora a nível logístico não evoluiu nada.
- Que desejavas de mudanças para o Carnaval de Sesimbra e principalmente para os desfiles das escolas e grupos?
Desejava um percurso fechado, com condições para os desfilantes e para o público e pago, pois se quisermos assistir a um concerto ou a um jogo de futebol temos que pagar, e o carnaval de Sesimbra é sem duvida um espectáculo que merece mais condições, quer para quem desfila quer para quem assiste, mas isso tem custos, e esses custos seriam suportados com a venda de bilhetes por exemplo.
-O vosso grupo de palco na minha opinião devia ter uma maior divulgação a nível nacional. Por que não vão actuar a mais lugares do país?
Falta de divulgação e talvez por faltar-nos alguém com conhecimentos.
- Não achas que deveria haver mais grupos de axê no país?
Desde que seja para haver mais qualidade e competição saudável, Sim.
- Já tem tema para o Carnaval 2011?
Já temos algumas ideias, mas ainda vamos ter que discuti-las e ver qual se aplica melhor ao estilo Tripa Cagueira, não queremos decidir com presa, pois podemos escolher mal e isso prejudicar o nosso trabalho. Mas em breve já haverá novidades.
-Algumas novidades? Surpresas?

Talvez (risos) mas é segredo.
-Deixa um desejo ou um conselho aos sambistas e admiradores dos grupos e escolas de samba de Sesimbra.
O meu desejo é tudo de bom para todos aqueles que nos tem apoiado e para todas as escolas e grupos, porque é Sesimbra que ganha com isso, lembrem-se que antes de sermos da escola Y ou do grupo Z, somos amigos, somos família e o Samba / Axê nunca deve ser motivo de desunião, pelo contrário, deve ser um condutor de paz, harmonia e amizade entre as pessoas.
Vivam cada dia como se fosse o último.
Obrigado pela tua disponibilidade para esta pequena conversa. Muitas felicidades para ti e para a Associação.
Obrigado Guerreiro pelo trabalho que tens feito a nível de divulgação quer em Portugal quer no Brasil sobre o nosso carnaval, e por dares também apoio a essa mesma divulgação a nível de grupos e não só de escolas de samba. Valeu um abraço
Apolonio Alves, 28 anos
-Como começou o entusiasmo por Carnaval?
Logo desde muito cedo, pois os meus pais já desfilavam pelo Bota no Rego, escola onde eu comecei no mundo do samba também.
- Como e quando nasceu a ideia de formação da Tripa Cagueira?
A tripa nasceu numa brincadeira de amigos a 22 de Novembro de 1996, alguns de nós desfilavam em escolas de samba, nomeadamente no Bota no Rego e no Trepa no Coqueiro, ai juntou-se alguns amigos que nunca tinham desfilado porque não lhes atraia o “mundo escola de samba”. E na altura sentimos que era preciso dar algo novo ao nosso carnaval, mais irreverência, e alguma polémica a mistura (risos) e claro com um novo ritmo o Afró-Axê.
-Com quantos elementos começou a formação da Tripa Cagueira?
Com cerca de 30 elementos, no carnaval seguinte tivemos uma grande adesão de novos membros, ao qual desfilamos com perto de 75 elementos, tudo isto só com bateria, ao longo dos anos o número de elementos foi aumentando, sendo o nosso recorde de 150 em 2000 e 175 em 2002. Actualmente andamos perto dos 90.
-Que recordações tem desse primeiro ano?
São muitas e boas, mas acho que aquela que nos marca mais foi o facto de aparecermos na Avenida no inicio do desfile junto ao Estádio do Sesimbra, vindo pela Serra a cantar, foi uma surpresa, pois ninguém estava a espera, lembro que nesse ano saímos sem qualquer apoio financeiro por parte da Autarquia. Pois até mesmo a C.M.S. não sabia da nossa presença no desfile.

-Quais as maiores dificuldades que a Associação tem sentido ao longo dos anos?
As típicas dificuldades que este tipos de Associações (escola e grupos) enfrentam, a falta de um lugar para se chamar de sede com as condições mínimas para se trabalhar, a falta de um espaço para ensaiar, os nossos ensaios sempre foram feitos ao ar livre, e em dia de chuva é um ensaio perdido, e claro a falta de algum apoio financeiro.
- Quais os melhores momentos da Associação?
Todos aqueles que correm como esperado, mas destaco o nosso 1º desfile, a presença na Expo 98 com um desfile, o carnaval de 2000 com o tema “ O Estado da Nação” que começava com toda a gente (bateria e publico) a cantar o Hino Nacional, nesse mesmo ano estivemos presentes no Parque das Nações no Carnaval da Kia motors, juntamente com o Bota no Rego a representar Sesimbra, a 1º aparição do grupo de Palco, os trios-electricos, são esses momentos que nos fazem continuar apesar das dificuldades.
-Teve alguns momentos menos agradáveis?
Claro, todos já tivera ou tem esses momentos, mas esses prefiro não recordar.
-Quem faz os temas (enredos) para o Carnaval?
Muita gente (risos), as vezes surge de uma conversa de café, alguém que teve uma ideia porreira e que depois é desenvolvida por outras pessoas com mais tempo ou capacidade de execução, durante uma altura os temas eram da origem de um génio que já nos deixou, o nosso saudoso amigo Mário João.
-Quem faz as composições musicais para os temas de cada Carnaval?
A nível musical passa tudo ou quase tudo por mim, pelo meu irmão Paulo Alves e pelo meu primo Bruno Sebastião, pois eles dois estudaram música no conservatório e tem outra perspectiva musical, fazendo os arranjos para o naipe dos sopros, já a nível de percussão sou eu e o meu irmão, mas há sempre uma ideia de algum elemento que é valida e juntamos ao que já esta feito, por vezes até surgem toques que não foram pensados mas que ficam bem na música.
- Que objectivos e desejos futuros para a Tripa Cagueira?
O maior objectivo é d

- Achas que deveria haver um desfile só com os grupos e outro com as escolas ou como está a ser feito actualmente?
É difícil porque o nosso carnaval é no inverno e as condições são poucas, e depois também o carnaval de Sesimbra já tem animação nos 4 dias, lembro que no sábado temos um outro projecto da nossa associação a Tripa Mijona fundada em 2003, e que foi a 1º bateria composta só por mulheres, e na segunda-feira temos o desfile dos Palhaços, logo só sobra o Domingo e a Terça para as Escolas de Samba e para os Grupos.
- Como tens visto a evolução do Carnaval em Sesimbra?
A nível de escolas e grupos tem se notado uma grande evolução a nível de enredos, da beleza das fantasias e da qualidade das baterias, agora a nível logístico não evoluiu nada.
- Que desejavas de mudanças para o Carnaval de Sesimbra e principalmente para os desfiles das escolas e grupos?
Desejava um percurso fechado, com condições para os desfilantes e para o público e pago, pois se quisermos assistir a um concerto ou a um jogo de futebol temos que pagar, e o carnaval de Sesimbra é sem duvida um espectáculo que merece mais condições, quer para quem desfila quer para quem assiste, mas isso tem custos, e esses custos seriam suportados com a venda de bilhetes por exemplo.
-O vosso grupo de palco na minha opinião devia ter uma maior divulgação a nível nacional. Por que não vão actuar a mais lugares do país?
Falta de divulgação e talvez por faltar-nos alguém com conhecimentos.
- Não achas que deveria haver mais grupos de axê no país?
Desde que seja para haver mais qualidade e competição saudável, Sim.
- Já tem tema para o Carnaval 2011?
Já temos algumas ideias, mas ainda vamos ter que discuti-las e ver qual se aplica melhor ao estilo Tripa Cagueira, não queremos decidir com presa, pois podemos escolher mal e isso prejudicar o nosso trabalho. Mas em breve já haverá novidades.
-Algumas novidades? Surpresas?

Talvez (risos) mas é segredo.
-Deixa um desejo ou um conselho aos sambistas e admiradores dos grupos e escolas de samba de Sesimbra.
O meu desejo é tudo de bom para todos aqueles que nos tem apoiado e para todas as escolas e grupos, porque é Sesimbra que ganha com isso, lembrem-se que antes de sermos da escola Y ou do grupo Z, somos amigos, somos família e o Samba / Axê nunca deve ser motivo de desunião, pelo contrário, deve ser um condutor de paz, harmonia e amizade entre as pessoas.
Vivam cada dia como se fosse o último.
Obrigado pela tua disponibilidade para esta pequena conversa. Muitas felicidades para ti e para a Associação.
Obrigado Guerreiro pelo trabalho que tens feito a nível de divulgação quer em Portugal quer no Brasil sobre o nosso carnaval, e por dares também apoio a essa mesma divulgação a nível de grupos e não só de escolas de samba. Valeu um abraço