ENTREVISTA COM JOÃO MARQUÊS O PRESIDENTE DA MAIS NOVA ESCOLA DE SAMBA DE PORTUGAL O GRES CORVO DE PRATA
Nome e idade ?

João Marquês, 42 anos

Como foi o seu inicio destas andanças pelo samba?
Comecei com 17 anos como ritmista dos Saltaricos do Castelo.

Qual o seu trajecto como sambista?
Ao entrar no mundo de uma Escola de Samba, fui-me envolvendo cada vez mais na sua organização. Comecei como desfilante e ao fim de pouco tempo tornei-me vice-Presidente dos Saltaricos do Castelo, cargo esse que mantive 12 anos. Alguns anos depois integrei a direcção da GRES Batuque do Conde, também como vice-Presidente, cargo que só ocupei por um ano e finalmente em 2011 eu e algumas pessoas ligadas ao samba (umas mais outras menos experientes) decidimos por de pé este projecto do qual estamos muito orgulhosos com o trabalho feito até agora.

O que é para si ser presidente do Corvo de Prata ?
É um grande desafio e uma enorme responsabilidade, tentar chegar ao nível das melhores não defraudando as expectativas dos que me acompanham.

O que foi que os levou a formar uma nova Escola de Samba ?
Sem dúvida o desafio, o tentar colmatar algumas lacunas que verificamos a este nível principalmente na Quinta do Conde visto que existe muita população que pode beneficiar da existência de uma nova Escola de Samba e acima de tudo o gosto pelo samba e pelo Carnaval.

Pensam já em desfilar oficialmente em 2013 ? No Carnaval de Sesimbra ?
O tempo o dirá...
Quais as razões porque não desfilaram já este ano ?
A principal razão foi a falta de verba e não querermos começar este projecto com dividas. Nesse sentido preferimos preparar-nos convenientemente, isto é, se possível desfilarmos sem dividas e apresentarmos a GRES Corvo de Prata no seu melhor ou pelo menos perto disso (situação que ao desfilar já em 2012 não iria acontecer).

Quantos elementos ambicionam angariar para a escola de samba ? Quantos já tem neste momento ?
Neste momento já temos os elementos necessários que asseguram toda a estrutura da GRES Corvo de Prata mas claro que temos a porta aberta a todos os que queiram saber mais um pouco sobre o que é o Carnaval e que se queiram divertir.

Quais as maiores dificuldades sentidas pela vossa direcção para conseguir por de pé este projecto ?
Foi sem dúvida e falta de verba, mas estamos a trabalhar para a conseguir e para já, bem encaminhados.

Que projectos e ambições futuras para a sua escola ?
Tentar chegar ao nível do que melhor se faz no samba em Portugal, abrir os horizontes em relação ao samba tentando inovar e outros mais que ainda estão em estudo, mas principalmente divertir-nos e não deixar o samba morrer!

Vão contar com colaboradores e sambistas experientes para o vosso lançamento ?
Contamos com algumas pessoas que já andam nisto há uns tempos o que nos facilita muito mais as coisas visto a experiência que possuem.

Já tem algum Enredo em mente ou preparado para 2013 ? E Carnavalesco ?
Já existem algumas ideias que estamos a trabalhar com a ajuda muito importante do Diamantino Palmeirim, mas ainda nada oficializado.

Já tem algum elemento que vá orientado e ensinando os ritimistas da vossa bateria ?
Sim. Já estamos a evoluir alguns membros na escola não só ritmistas como também passistas, e para isso temos utilizado alguma "prata da casa".

Como vê o actual momento do Carnaval em Sesimbra relativamente as escolas de samba ?
Vejo pouca união o que se reflecte inevitavelmente em maiores dificuldades para todos, mas também vejo evolução, inovação e querer, o que é muito importante.

Como tem visto a evolução das escolas de samba em Portugal?
Têm tido uma boa evolução em todos os aspectos. Penso que um dos principais motivos foi a maior troca de experiências que há hoje em dia o que proporciona ás escola verem o que se faz noutros sítios e aproveitarem algumas dessas coisas para crescerem.

A nível nacional que mudanças ou evoluções gostaria de ver acontecer para melhorar o nível das escolas de samba e dos seus desfiles ?

Falando de Sesimbra, penso que uma maior união e entreajuda entre escolas e comércio só nos beneficiava a todos. A nível nacional temos a questão incontornável dos subsídios ou apoios financeiros que por vezes escasseiam e faz com que a qualidade com que nos queremos apresentar por vezes saia prejudicada por muito que nos esforcemos para o evitar. Por isso penso que o principal é unirmos forças, batalharmos juntos para atravessar o momento que atravessamos, pondo o samba sempre em primeiro lugar que é por ele que cá estamos e trabalhamos todos os dias.
Obrigado pela sua disponibilidade para esta pequena conversa.